Quando amar é sinônimo de se anular
Tem gente que ama bonito. Tem gente que ama sumindo.
Vai apagando as amizades. Vai deixando os hobbies de lado. Vai perdendo o próprio jeito de ser. Vai trocando tudo por “nós”. E no fim, não sobra nada de “eu”.
No começo parece entrega. Mas com o tempo vira apagamento.
A lógica é simples: quando você precisa deixar de ser quem é pra manter alguém do lado, você não tá amando — você tá se anulando.
E isso não tem nada de romântico.
Tem gente que chama isso de maturidade emocional, de parceria. Mas maturidade de verdade é conseguir manter uma relação sem abrir mão de si mesmo. É estar junto sem perder sua identidade no processo.
Relações saudáveis não exigem sacrifício de essência. Elas respeitam. Dão espaço. Incentivam sua autonomia.
Se você começa a mudar tudo pra agradar — desde a roupa até o tom de voz — você não tá sendo amado. Tá sendo moldado.
E quem te molda não te ama: te usa.
Tem gente que quer um relacionamento, mas na prática busca um espelho. Alguém que valide tudo, concorde com tudo, esteja sempre disponível e nunca confronte. Isso não é amor. Isso é controle.
E quem se deixa controlar, achando que vai ser mais amado por isso, só cava o próprio buraco. Porque quanto mais você se apaga, menos o outro te enxerga.
Se amar te deixa menor, mais quieto, mais apagado… não é amor.
Se amar exige que você vire outra pessoa, não é amor.
Se amar te afasta de si mesmo, é autotraição.
Relacionamento bom é onde você pode crescer. Onde você pode discordar. Onde você pode evoluir junto, sem deixar de ser inteiro.